sábado, 18 de junho de 2011

Não foram os pregos que seguraram Cristo na Cruz, mas o amor Dele por você e por mim...


Excursões para Canção Nova 2011 - 


Cachoeira Paulista/SP



PHN: 15 à 16 Julho                            R$ 280,00

Pe Rufus: 11 à 15 Novembro                    R$ 360,00
Hosana Brasil: 02 à 04 Dezembro            R$ 280,00
Virada do Ano:  29 à 01 de Janeiro          R$ 300,00

Parcelamento Facilitado, Últimas Vagas!!! 

Contatos:


Mateus 25:35;



" Porque tive fome, e destes-me de comer; 
tive sede, e destes-me de beber; 
era estrangeiro, e hospedastes-me;"

quarta-feira, 8 de junho de 2011

V Encontro dos Amigos de Cristo






Foi tudo um sucesso porque os Amigos  fazem toda a diferença!!


Olá Amigos, boa tarde..

A PAZ DE JESUS!!
Não poderia jamais deixar de passar a todos vocês o Grande Presente de Jesus aos Amigos de Cristo no final de semana do encontro.

O Encontro foi realizado no Sitio da Vó Bia com muitas bênçãos de Deus, muito Amor, Amizade. O TEMA abordado foi: “EM SEUS PASSOS O QUE FARIA JESUS?”  onde pudemos refletir o quanto agimos diferente do Grande Exemplo de Vida que devemos seguir, que é a Vida de JESUS.
Sugiro que assistam o filme que tem este título (Em Seus Passos o que Faria Jesus), e assim sentirem o quanto nossas vidas e de todos ao nosso redor podem ser modificadas com atos de AMOR.
O nosso encontro foi marcado com uma linda Ação Social ao Lar Bethesda, onde pudemos sentir o quanto há pessoas carentes e o quanto precisamos passar AMOR a elas, para assim fazer a diferença na vida delas, e incrivelmente a diferença ocorre em nossas vidas também!

E com tudo isso, nosso encontro foi lindamente marcado com uma Missa de Encerramento no Sitio Vó Bia, com a presença do Pe CarlosESTE FOI O MAIOR PRESENTE, pois sela o quanto o grupo de Amigos é importante para JESUS, o quanto Ele nos considera, Nos admira, e o quanto precisa que essa missão siga em frente!

Jesus é maravilhoso demais!!

O Pe Carlos deixou registrado que estará conosco no próximo encontro (só combinar com a agenda), e que pretende ficar mais tempo conosco.

Os Amigos que iniciaram conosco no grupo sabem o quanto isso significa para nós! Obrigada a todos pela FÉ E ORAÇÃO!!







Abraço,
Amigos de Cristo em Missão!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Necessitamos nos santificar por Maria - 13/05/2011

Alma, imagem viva de Deus e resgatada pelo Sangue precioso de Jesus Cristo, a vontade de Deus a teu respeito é que te tornes santa como Ele nesta vida, e gloriosa como Ele na outra.
maria_a.jpgA aquisição da santidade de Deus é tua vocação assegurada; e é para lá que todos os teus pensamentos, palavras e ações, teus sofrimentos e todos os movimentos de tua vida devem tender; ou [do contrário] tu resistes a Deus, não fazendo aquilo para o que Ele te criou e te conserva agora.
Ó! Que obra admirável! A poeira transformada em luz, a imundície em pureza, o pecado em santidade, a criatura em Criador e o homem em Deus! Ó obra admirável! Eu o repito, mas obra difícil em si mesma e impossível à natureza por si só; unicamente Deus, por uma graça, uma graça abundante e extraordinária, é Quem pode levá-la a cabo; e a criação de todo o universo não é maior obra-prima do que esta.
Alma, como farás? Que meios tu escolherás para subir onde Deus te chama? Os meios de salvação e de santidade são conhecidos de todos, estão assinalados no Evangelho, explicados pelos mestres da vida espiritual, são praticados pelos santos e necessários a todos os que querem salvar-se e chegar à perfeição; tais são: a humildade de coração, a oração contínua, a mortificação universal, o abandono à divina Providência, a conformidade com a vontade de Deus.
Para praticar todos esses meios de salvação e de santidade, a graça e o socorro de Deus são absolutamente necessários, e esta graça é dada a todos, maior ou menor; não resta dúvida. Eu digo: maior ou menor; pois Deus, ainda que sendo infinitamente bom, não dá Sua graça igualmente forte para todos, embora Ele a dê suficiente para todos. A alma fiel a uma grande graça faz uma grande ação, e com uma fraca graça faz uma pequena ação. O valor e a excelência da graça dada por Deus e correspondida pela alma fazem o valor e a excelência de nossas ações. Esses princípios são incontestáveis.
Tudo se reduz, portanto, a encontrar um meio fácil para obter de Deus a graça necessária para tornar-se santo; e é isto que eu quero ensinar. E, eu digo que para encontrar a graça de Deus, é necessário encontrar Maria.
Porque Maria nos é necessária
1º - Foi só Maria quem encontrou graça diante de Deus, para Si, e para cada homem em particular. Os patriarcas e os profetas, todos os santos da Antiga Lei não puderam encontrar esta graça.
2º - Foi Ela que deu o ser e a vida ao Autor de toda graça, e, por causa disso, Ela é chamada a Mãe da graça, Mater Gratiae.
3º - Deus Pai, de Quem todo dom perfeito e toda graça desce como de sua fonte essencial, dando-Lhe Seu Filho, deu-Lhe todas as Suas graças; de sorte que, como diz São Bernardo, a vontade de Deus Lhe foi dada nEle e com Ele.
4º - Deus A escolheu para ser a tesoureira, a ecônoma e a dispensadora de todas as Suas graças; de modo que todas Suas graças e todos Seus dons passam por Suas mãos; e, conforme o poder que Ela recebeu dEle, segundo São Bernardino, Ela dá a quem Ela quer, como Ela quer, quando Ela quer e tanto quanto Ela quer, as graças do Pai Eterno, as virtudes de Jesus Cristo e os dons do Espírito Santo.
5º - Assim como, na ordem natural, é preciso que uma criança tenha um pai e uma mãe, do mesmo modo, na ordem da graça, é necessário que um verdadeiro filho da Igreja tenha Deus por pai e Maria por mãe; e, se ele se gloria de ter Deus por pai, não tendo o carinho de um verdadeiro filho por Maria, é um farsante que não tem senão o demônio por pai.
6º - Uma vez que Maria formou o Chefe dos predestinados, que é Jesus Cristo, cabe a Ela também formar os membros deste Chefe, que são os verdadeiros cristãos: pois uma mãe não forma o chefe sem os membros, nem os membros sem o chefe. Quem deseje, portanto, ser membro de Jesus Cristo, pleno de graça e de verdade, deve ser formado em Maria por meio da graça de Jesus Cristo, que reside nEla em plenitude, para ser comunicada em plenitude aos verdadeiros membros de Jesus Cristo e a Seus verdadeiros filhos.
7º - O Espírito Santo tendo desposado Maria, e tendo produzido nEla, e por Ela, e dEla, Jesus Cristo, esta obra-prima, o Verbo Encarnado, como Ele nunca A repudiou, Ele continua a produzir todos os dias nEla e por Ela, de uma maneira misteriosa, mas verdadeira, os predestinados.
8º - Maria recebeu de Deus uma dominação particular sobre as almas para as nutrir e fazer crescer em Deus. Santo Agostinho diz mesmo que, neste mundo, os predestinados estão todos contidos no seio de Maria, e que eles não vêm à luz senão quando esta boa Mãe os faz nascer para a vida eterna. Em conseqüência, como a criança tira todo seu alimento de sua mãe, que o dá proporcionado à sua fraqueza, da mesma forma os predestinados tiram toda sua nutrição espiritual e toda sua força de Maria.
NSFATIMA_a.jpg9º - Foi a Maria que Deus Pai disse: In Jacob inhabita: Minha Filha, habita em Jacó, quer dizer, nos Meus predestinados figurados por Jacó. Foi a Maria que Deus Filho disse: In Israel haereditare: Minha querida Mãe, tende Vossa herança em Israel, ou seja, nos predestinados. Enfim, foi a Maria que o Espírito Santo disse: In electis meis mitte radices: Lançai, minha fiel Esposa, raízes nos Meus eleitos. Qualquer um que seja, portanto, eleito e predestinado tem a Santíssima Virgem habitando em sua casa, quer dizer, em sua alma, e ele A deixa introduzir nela as raízes de uma profunda humildade, de uma ardente caridade e de todas as virtudes.
10º - Maria é chamada por Santo Agostinho, e é, com efeito, o molde vivo de Deus, forma Dei, quer dizer, somente nEla Deus feito homem foi formado ao natural, sem que Lhe falte nenhum traço da Divindade, e é também nEla somente que o homem pode ser formado em Deus ao natural, tanto quanto a natureza humana é capaz, pela graça de Jesus Cristo.
Um escultor pode fazer uma figura ou um retrato ao natural de duas maneiras: 1º - servindo-se de sua indústria, de sua força, de sua ciência e da qualidade de seus instrumentos para fazer essa figura em uma matéria dura e informe; 2º - ele pode colocá-la num molde. A primeira maneira é demorada, difícil, e sujeita a vários acidentes: não é preciso, freqüentemente, mais que um golpe mal dado de cinzel ou de martelo para estragar toda uma obra. A segunda é pronta, fácil e doce, quase sem sofrimento e sem custo, desde que o molde seja perfeito e que ele represente ao natural; desde que a matéria de que ele se sirva seja bem maleável, não resistindo nunca à sua mão.
Maria é o grande molde de Deus, feito pelo Espírito Santo, para formar ao natural um Homem-Deus pela união hipostática, e para formar um homem-Deus pela graça. Não falta a este molde nenhum traço da divindade; qualquer um que seja jogado nele e se deixa manejar, nele recebe todos os traços de Jesus Cristo, verdadeiro Deus, de uma maneira doce e proporcionada à fraqueza humana, sem muita luta e trabalho; de uma maneira segura, sem medo de ilusão, pois o demônio nunca teve e não terá jamais entrada junto a Maria, santa e imaculada, sem sombra da menor mancha de pecado.
Ó! Cara alma, que diferença há entre uma alma formada em Jesus Cristo pelas vias ordinárias daqueles que, como os escultores, se fiam em sua experiência e se apóiam em sua capacidade, e uma alma bem maleável, bem desfeita, bem derretida, e que, sem nenhum apoio em si mesma, se lança em Maria e nEla se deixa manusear pela operação do Espírito Santo! Quanto há de máculas, quanto há de defeitos, quanto há de trevas, quanto há de ilusões, quanto há de natural, quanto há de humano na primeira alma; e como a segunda é pura, divina e parecida com Jesus Cristo!
Absolutamente não há, nem nunca haverá jamais, criatura onde Deus seja maior, fora dEle mesmo e em Si mesmo, que na divina Maria, sem exceção nem dos bem-aventurados, nem dos Querubins, nem dos mais altos Serafins, no Paraíso mesmo. Maria é o paraíso de Deus e Seu mundo inefável, onde o Filho de Deus entrou para lá operar maravilhas, para o guardar e comprazer-Se lá. Ele fez um mundo para o homem viandante, que é este [em que estamos]; Ele fez um mundo para o homem bem-aventurado, que é o Paraíso; mas Ele fez um outro para Si, ao qual deu o nome de Maria; mundo desconhecido a quase todos os mortais, e incompreensível a todos os Anjos e bem-aventurados, lá no Céu, que, na admiração de ver Deus tão elevado e tão distanciado deles todos, tão separado e tão recluso em Seu mundo, a divina Maria, bradam dia e noite: Santo, Santo, Santo.
Feliz e mil vezes feliz a alma, cá embaixo, à qual o Espírito Santo revela o segredo de Maria, para o conhecer; e à qual Ele abre e permite penetrar esse jardim fechado, essa fonte selada para nela abeberar-se das águas vivas da graça! Esta alma não encontrará senão Deus somente, sem criatura, nesta amável criatura; mas Deus, ao mesmo tempo infinitamente santo e elevado, infinitamente condescendente e proporcionado à sua fraqueza. Uma vez que Deus está em todo lugar, pode-se encontrá-Lo em todo lugar, até nos infernos; mas não há lugar onde a criatura possa encontrá-Lo mais perto de si e mais proporcionada à sua fraqueza que em Maria, pois foi para este efeito que Ele desceu a Ela. Por toda parte Ele é o Pão dos fortes e dos Anjos; mas em Maria, Ele é o Pão dos filhos.
Que ninguém imagine, portanto, junto com alguns falsos iluminados, que Maria, sendo criatura, seja um impedimento à união como o Criador; não é mais Maria que vive, é Jesus Cristo só, é Deus só que vive nEla. Sua transformação em Deus ultrapassa mais a de São Paulo e dos outros santos, de que o Céu ultrapassa a Terra em elevação. Maria não foi feita senão para Deus, e tal seria que Ela faça parar uma alma nEla mesma. Pelo contrário, Ela a lança em Deus e a une a Ele com tanto maior perfeição, quanto maior a união da alma com Ela. Maria é o eco admirável de Deus, que não responde senão: Deus, quando alguém grita: Maria, que não glorifica senão a Deus, quando, com Santa Isabel, alguém Lhe chama bem-aventurada. Se os falsos iluminados, que foram miseravelmente enganados pelo demônio até na oração, houvessem sabido encontrar Maria, e por Maria, Jesus, e por Jesus, Deus, eles não teriam tido tão terríveis quedas. Quando se tem uma vez encontrado Maria, e por Maria, Jesus, e por Jesus, Deus Pai, tem-se encontrado todo bem, dizem as almas santas: Inventa, etc. Quem diz a "todo" não faz exceção de nada: toda graça e toda amizade junto a Deus; toda sinceridade contra os inimigos de Deus; toda verdade contraImaculado Cora?ao de Maria_a.jpg a mentira; toda facilidade e toda vitória contra as dificuldades da salvação; toda doçura e toda alegria nas amarguras da vida.
Isso não quer dizer que quem encontrou Maria, por meio de uma verdadeira devoção, seja isento de cruzes e de sofrimentos, tal seria; ele é mais assaltado do que qualquer outro, porque Maria, sendo a Mãe dos viventes, dá a todos os Seus filhos pedaços da Árvore da vida, que é a Cruz de Jesus; mas talhando-lhes umas boas cruzes, Ela lhes dá a graça de carregá-las pacientemente e mesmo alegremente; de sorte que as cruzes que Ela dá aos que Lhe pertencem são mais uns doces, ou umas cruzes confeitadas, que cruzes amargas; ou, se eles sentem por um tempo a amargura do cálice que é preciso beber necessariamente para ser amigo de Deus, a consolação e a alegria, que esta boa Mãe faz suceder à tristeza, os anima infinitamente a levar cruzes ainda mais pesadas e amargas.
Conclusão
A dificuldade está, portanto, em saber encontrar verdadeiramente a divina Maria, para encontrar toda graça abundante. Deus, sendo Senhor absoluto, pode comunicar por Ele mesmo o que Ele não comunica ordinariamente senão por Maria; não se pode negar, sem temeridade, que Ele o faça mesmo algumas vezes; entretanto, segundo a ordem que a divina Sabedoria estabeleceu, Ele não se comunica ordinariamente aos homens senão por Maria na ordem da graça, como diz São Tomás. É necessário, para subir e se unir a Ele, servir-se do mesmo meio de que Ele Se serviu para descer a nós, para se fazer homem e para nos comunicar Suas graças; e este meio é uma verdadeira devoção à Santa Virgem.

O Segredo de Maria - São Luís Maria G. de Montfort

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sonhar Acordado!!!


Está Chegando, 
DIA DO SONHO15/05/2011!!!
Curitiba/PR

Quem somos?

A ONG Sonhar Acordado é uma organização internacional, sem fins lucrativos, baseada essencialmente no voluntariado jovem, independente da religião ou afiliação política. Somos um grupo de jovens voluntários, estudantes e profissionais das mais diversas áreas, que buscam dar o melhor de si, para alcançar o desenvolvimento da sociedade por meio de ações positivas no âmbito cultural, socioambiental, recreativo e esportivo.
História do Sonhar
A ONG Sonhar Acordado foi fundada em 1998 em Monterrey, no México. Fruto da iniciativa de um grupo de jovens que desejava fazer algo pelo próximo envolvendo a juventude, o projeto tem como objetivo agregar pessoas dispostas a fazer o bem, criar elos de responsabilidade social e ajudar na formação e no desenvolvimento da sociedade em benefício da infância de crianças de baixa renda.  No Brasil o Sonhar Acordado chegou em 2000.
O que fazemos? 
Por meio de projetos contínuos cuidamos essencialmente de uma questão que a cada dia vem se tornando mais urgente: o cultivo de valores humanos fundamentais como: 

Amizade • Respeito • Sinceridade • Solidariedade • Superação 

Essa é a semente que o “Sonhar Acordado” veio plantar, para que possamos juntos contribuir para a transformação da nossa realidade.


quinta-feira, 21 de abril de 2011




A paixão de Cristo

Os últimos cinco dias que Jesus Cristo passou vivo foram emocionantes. Tanto para ele como para seus seguidores. A entrada triunfal dele em Jerusalém na semana da páscoa judaica, os tumultos que sua presença causou ao redor do Templo Sagrado, as altercações com os fariseus, a última ceia, a traição, a prisão, o julgamento, a flagelação e a crucificação, tudo foi muito rápido, avassalador, compondo os atos do Drama da Paixão. Episódio trágico até hoje representado no mundo inteiro pelas comunidades cristãs.

A páscoa em Jerusalém

"A religião, até hoje, não teria existido sem uma parte de ascetismo, de devoção, de maravilhoso."
E.Renan – A Vida de Jesus, 1863.

Na páscoa Jerusalém lotava. Em situações normais acredita-se que a cidade não comportasse mais de 50 mil habitantes na época de Jesus Cristo. Todavia, durante as grandes festas judaicas, multidões vindas de todas as partes do País de Canaã para lá afluíam. As cercanias ao redor do Beit Hamikdash, o Templo Sagrado, tornavam-se um vespeiro humano com o entra e sai daqueles que para lá iam depositar suas oferendas nos altares santos e fazer as prostrações.
Vindo da Galiléia, um tanto que fugido, sentindo-se ameaçado pela polícia de Herodes Antipas, Cristo decidiu-se por fazer uma entrada triunfal na cidade santa. Para afirmar publicamente que o seu reinado, ao contrário da monarquia herodiana, era o império dos simples, adentrou pelo portão montado num jumentinho. A multidão local, lançado Hosanas, recebeu-o como "o filho de Davi", alguém que havia herdado do lendário rei o poder de fazer curas e operar milagres. Entretanto, o recém chegado logo se indispôs com meio mundo.

A Palestina no tempo de Cristo

Herodes o Grande e dois de seus filhos
A Palestina, na ocasião chamada de País de Canaã (da cor púrpura, em fenício), estava ocupada pelas legiões romanas desde que Pompeu fizera de Jerusalém seu quartel-general, no ano 63 a.C. Sabendo que a única maneira de manter uma certa autonomia dos judeus era aliando-se aos romanos, o rei Herodes, dito o Grande, da etnia dos ismodeus judaizados, resolveu associar-se inteiramente aos desígnios de Roma. Desde o ano de 38 a.C. ele, com o beneplácito dos triúnviros Marco Antônio e Otávio, fora indicado como Rex amicus et socius populi Romani.
A política de Herodes foi sempre apoiar o principal caudilho romano, posição essa que não era bem vista pelo seu povo em geral. Mas o que poderia fazer o pequeno reino de Israel frente às águias imperiais cujas asas estendiam-se por boa parte do mundo europeu e mediterrâneo? Assim é que os hebreus tiveram que conformar-se em submeter-se ao Regime do Protetorado. Quanto Herodes o Grande morreu, no ano 4 a.C. (data que virou festa judaica), seu reino foi dividido numa tetrarquia entre seus filhos. O próprio povo, por meio dos altos sacerdotes, intercedeu junto as autoridades de ocupação para que os poderes tirânicos da dinastia herodiana fossem limitados por Roma.

A tetrarquia e os procuradores romanos
A Arquelau coube a posição de etnarca (uma espécie de governador de província) da Judéia e da Samária, a Herodes Antipas a parte da Galiléia e da Perea, enquanto que o seu irmão Herodes Filipe ficou com a Iturea e a Galaunítida. Todos eles inteiramente obedientes ao Legatus Augustae, ao governador-geral romano da Síria. Este por sua vez se fazia representar na região através de um procurador cuja sede oficial ficava na cidade de Cesaréia Marítima, deixando que Jerusalém permanecesse no controle simbólico do sinédrio, da assembléia dos anciãos responsáveis pelo Templo Sagrado, presidida por um sumo-sacerdote.
Na época de Cristo, ele chamava-se Caifás. Os romanos, seguindo a tradição de serem liberais nas questões religiosas, permitiam que os judeus mantivessem suas cerimônias e se comprometeram a não perturbarem os rituais ou a profanarem os espaços sagrados deles. Tanto assim que causou enorme tumulto quando Herodes o Grande, num gesto de querer agradar os ocupantes, mandara expor uma águia dourada, símbolo romano, numa das entradas do Templo. Perturbação que obrigou os romanos a submeterem os hierosolimitas, a população de Jerusalém, ao duro braço da legião.
A tensão entre a população e os ocupantes era pois constante, resultando em intermináveis desavenças e amotinamentos que eram reprimidos sem dó pelos centuriões (desavenças essas que três décadas depois da morte de Cristo gerarão a grande rebelião judaica de 66, seguida da destruição de Jerusalém pelos romanos no ano de 70). Além das rivalidades que separavam os saduceus (mais conciliadores) dos fariseus ( os “separados”), os escribas e doutores da lei que desejavam viver o mais próximo possível de acordo com a Lei Mosaica, havia ainda entre os judeus uma facção extremista, a dos zelotes. Muitos deles atacavam os romanos, e aqueles que colaboravam com eles, armados com punhais (sikos, em grego), dai também serem designados como sicários.
Seguramente foi essa instabilidade crescente que fez com que a administração romana aumentasse ainda mais a sua presença na região, transformando o Regime do Protetorado (que se estendeu de 38 a.C. ao ano 6 d.C.), onde os tetrarcas tinham certa autonomia, numa a ordem política mais controlada diretamente por eles: a dos Procuradores Romanos (de 6 a 66 d.C.).




                                                                              

Para refletir...


Dolor con CRISTO doloroso,
 quebranto con CRISTO quebrantado, 
lagrimas pena interna de tanta pena que paso por mis pecados.

Que hecho por CRISTO?
Que hago por CRISTO?
Que de hacer por CRISTO?

Que esta semana santa nos sirva para reflexionar sobre estas preguntas y pidamos la gracia 


de encontrar grandes respuestas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

AS DUAS FACES DO AMOR: ‘EROS’ E ‘ÁGAPE’


Primeira prédica de Quaresma
AS DUAS FACES DO AMOR: EROS E ÁGAPE

1. As duas faces do amor
Com as prédicas desta Quaresma, eu gostaria de continuar o esforço, iniciado no Advento, de trazer uma pequena contribuição à reevangelização do Ocidente secularizado, que constitui nesta hora a preocupação principal de toda a Igreja e, em particular, do Santo Padre Bento XVI.

Há um âmbito em que a secularização age de maneira especialmente difusa e nefasta, e é o âmbito do amor. A secularização do amor consiste em separar o amor humano de Deus, em todas as formas desse amor, reduzindo-o a algo meramente “profano”, onde Deus sobra e até incomoda.

Mas o amor não é um assunto importante apenas para a evangelização, ou seja, para as relações com o mundo. Ele importa, antes de todo o mais, para a própria vida interna da Igreja, para a santificação dos seus membros. É nesta perspectiva que se situa a encíclica Deus caritas est, do Papa Bento XVI, e é nela que nós também nos colocamos para estas reflexões.

O amor sofre de uma separação nefasta não só na mentalidade do mundo secularizado, mas também, do lado oposto, entre os crentes e, em particular, entre as almas consagradas. Poderíamos formular a situação, simplificando ao máximo, assim: temos no mundo um eros semágape; e entre os crentes, temos frequentemente um ágape sem eros.

O eros sem ágape é um amor romântico, mas comumente passional, até violento. Um amor de conquista, que reduz fatalmente o outro a objeto do próprio prazer e ignora toda dimensão de sacrifício, de fidelidade e de doação de si. Não é preciso insistir na descrição desse amor, porque se trata de uma realidade que temos todo dia diante dos nossos olhos, propagandeada com estrondo pelos romances, filmes, novelas, internet, revistas. É o que a linguagem comum entende, hoje, com a palavra “amor”.

Para nós é mais útil entender o que significa ágape sem eros. Na música, existe uma diferenciação que pode nos ajudar a ter uma: a diferença entre o jazz quente e o jazz frio. Eu li certa vez essa caracterização dos dois gêneros, mas sei que não é a única possível. O jazz quente (hot) é o jazz apaixonado, ardente, expressivo, feito de ímpetos, de sentimentos e, portanto, de improvisações originais. O jazz frio (cool) é o profissional: os sentimentos se tornam repetitivos, o estro é substituído pela técnica, a espontaneidade pelo virtuosismo.

Com base nessa distinção, o ágape sem eros é um “amor frio”, um amar parcial, sem a participação do ser inteiro, mais por imposição da vontade do que por ímpeto íntimo do coração. Um entrar num cenário predefinido, em vez de criar um próprio, realmente irrepetível, como irrepetível é cada ser humano perante Deus. Os atos de amor voltados para Deus parecem aqueles de namorados desinspirados, que escrevem à amada cartas copiadas de modelos prontos.

Se o amor mundano é um corpo sem alma, o amor religioso praticado assim é uma alma sem corpo. O ser humano não é um anjo, um espírito puro; é alma e corpo substancialmente unidos: tudo o que ele faz, amar inclusive, tem que refletir essa estrutura. Se o componente humano ligado ao tempo e à corporeidade é sistematicamente negado ou reprimido, a saída será dúplice: ou seguir adiante aos arrastos, por senso de dever, por defesa da própria imagem, ou ir atrás de compensações mais ou menos lícitas, chegando até os dolorosíssimos casos que estão afligindo atualmente a Igreja. No fundo de muitos desvios morais de almas consagradas, não é possível ignorá-lo: há uma concepção distorcida e retorcida do amor.

Temos, então, um duplo motivo e uma dupla urgência de redescobrir o amor na sua unidade original. O amor verdadeiro e integral é uma pérola encerrada entre duas conchas que são o eros e o ágape. Não podem ser separadas, essas duas dimensões do amor, sem destruí-lo, como o hidrogênio e o oxigênio não podem ser separados sem se privarem da água.

O bonito desta foto não está na imagem, obra de arte linda realizada por um homem desconhecido...
Mais está na natureza, no fundo, que é Obra de Deus, e manifestação Dele naquele momento em que a foto foi tirada...

terça-feira, 19 de abril de 2011

com Cristo é possível superar o muro da morte


Bento XVI: com Cristo é possível superar o muro da morte                                    
Intervenção por ocasião do Ângelus
CIDADE DO VATICANO, domingo, 10 de abril de 2011 (ZENIT.org)  
Apresentamos as palavras que Bento XVI dirigiu neste domingo, ao rezar a oração mariana do Ângelus junto a milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.    

* * *
Queridos irmãos e irmãs:

Faltam apenas poucos dias para a Páscoa e todas as leituras bíblicas deste domingo falam da Ressurreição. Mas não da ressurreição de Jesus, que irromperá como novidade absoluta, e sim da nossa ressurreição, à qual aspiramos e que Cristo propriamente nos doou, ressurgindo dentre os mortos. A morte representa para nós uma espécie de muro que nos impede de ver além; no entanto, nosso coração tenta ver para além desse muro e, ainda que não possamos conhecer o que esconde, nós o pensamos, imaginamos, expressando com símbolos nosso desejo de eternidade.


O profeta Ezequiel anuncia ao povo judeu, em exílio, afastado da terra de Israel, que Deus abrirá os sepulcros dos deportados e os fará voltar à sua terra, para descansar em paz (cf. Ez 37, 12-14). Esta aspiração ancestral do homem a ser sepultado junto a seus pais é o anseio de uma "pátria" que o receba no final de suas fadigas. Esta concepção não implica a ideia de uma ressurreição pessoal da morte, pois esta só apareceu no final do Antigo Testamento e, na época de Jesus, ainda não era compartilhada por todos os judeus. De fato, inclusive entre os cristãos, a fé na ressurreição e na vida eterna é acompanhada por muitas dúvidas, por muita confusão, porque se trata de uma realidade que supera os limites da nossa razão e exige um ato de fé. No Evangelho de hoje - a ressurreição de Lázaro -, ouvimos a voz da fé dos lábios de Marta, a irmão de Lázaro. Jesus lhe diz: "Teu irmão ressuscitará" e ela responde: "Sei que ele ressuscitará no último dia" (Jo 11, 23-24). E Jesus afirma: "Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá" (Jo 11, 25-26). Esta é a verdadeira novidade, que irrompe e supera toda barreira! Cristo derruba o muro da morte; nele se encontra toda a plenitude de Deus, que é vida, vida eterna. Por isso, a morte não teve poder sobre ele; e a ressurreição de Lázaro se converte em sinal do seu domínio sobre a morte física, que diante de Deus é como um sonho (cf. Jo 11, 11).
Mas há outra morte, que custou a Cristo a luta mais dura, inclusive o preço da cruz: trata-se da morte espiritual, do pecado, que corre o risco de arruinar a existência do homem. Cristo morreu para vencer esta morte e sua ressurreição não é a volta à vida precedente, mas a abertura a uma nova realidade, a uma "nova terra", finalmente reconciliada com o céu de Deus. Por este motivo, São Paulo escreve: "Se o Espírito daquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós" (Romanos 8,11).
Queridos irmãos, confiemo-nos a Nossa Senhora, que já participa desta ressurreição, para que nos ajude a dizer com fé: "Sim, Senhor, eu creio que tu és o Messias, o Filho de Deus" (Jo 11, 27), a descobrir que Ele é verdadeiramente a nossa salvação.



quarta-feira, 6 de abril de 2011

O QUE É SER AMIGO?




O que é participar de um grupo de AMIGOS? É se colocar ao julgamento
destes? É fazer o que os amigos querem que façamos? É aceitar que nos
julguem pelo nosso testemunho? O que é um testemunho? É aceitar que
divulguem nosso testemunho ou nossos segredos? O que é ser amigo?

O elo de união de um grupo de amigos é a confiança, é como num
casamento, quando a esposa ou o marido começam a falar pra terceiros
sobre a relação do casal, está dado o ponto de interrogação, que vem
pouco antes do ponto final. Na amizade se o amigo começa a
compartilhar fatos, julgamentos, opiniões, achismos, etc. sobre seu
amigo, baseado em confidências ditas na confiança total e plena no
outro... o que é amizade?

Só quem sabe da vida do seu amigo é ele mesmo, quer saber algo dele?
Pergunte a ele, com certeza é única maneira de ter uma informação
genuína nas mãos.

Sexo... um homem e uma mulher não podem ter uma amizade? Para termos
uma amizade precisamos da permissão dos nossos amigos? Uma amizade
entre sexos opostos deve absolutamente implicitar desejos sexuais ou
matrimoniais? Podem meus amigos dizer o que é certo ou errado sendo
que isso é tão subjetivo? O que é amizade?

Testemunho é algo íntimo e pessoal, que falamos apenas perto dos
nossos amigos mais íntimos, cuja confiança é indubitável, logo temos a
certeza que aquele testemunho nunca sairá daquele contexto e muito
menos será utilizado contra nós de forma alguma... só conseguimos
testemunhar do que está curado, pois sem a cura temos vergonha de
falar. O que é amizade?

A reunião dos amigos deveria ter sempre a compaixão como tema, onde
falariam apenas de coisas boas e as ruins buscar sempre a parcimônia,
com conselhos sugestionados apenas, nunca esperar que tal conselho
seja seguido, afinal cada um tem uma caminhada e tb o livre arbítrio.
Podemos indicar um caminho, mas jamais poderemos nos aborrecer se este
caminho não for seguido. Assim o fazendo estaríamos sendo o dono da
verdade e esta apenas Deus a tem.

Em um grupo de amigos quero me sentir no colo da minha mãe, sendo
acariciado nos momentos de dor e acariciado nos momentos de alegria.
Quero me deitar ao lado da minha amiga sem a censura cruel dos que só
vêem com os olhos do pecado. Quero poder ter a amizade sem me
preocupar com o gênero desta, dando a ela o respeito e o carinho que
ela merece.
Na amizade compartilhamos de momentos bons e ruins, e esperamos do
amigo algo muito simples, companheirismo. Na amizade muito mais do que
um sorriso no rosto queremos um sorriso no coração.

A única coisa que pode enfraquecer uma amizade é a falta de confiança,
não fale, julgue, condene o seu amigo, quem assim o faz está
condenado, pois quem fala dos outros pra vc, fala de vc pros outros, é
como um vírus.

Se vc não for Deus pare de Julgar, condenar ou absolver... mas caso vc
seja deus... ok pode continuar.

06-04-2011
Paulo Matos

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Para Refletir...





Uma senhora da Europa oriental se debruça, aos soluços, sobre a pedra de calcário rosa, na entrada da igreja. 
Ali o corpo de Jesus, depois de retirado da cruz, teria sido untado com mirra e óleos, antes de ser colocado no Santo Sepulcro.

quarta-feira, 30 de março de 2011

"Fazei tudo o que Ele vos disser" (Jo II, 5)



 Maria foi filha de Santa Ana e São Joaquim, pessoas justas e fiéis ao Senhor e que a Santa Igreja proclama como santos. Santa Ana era de idade avançada e aprouve a Deus conceder-lhe a graça de ser a mãe da criatura mais perfeita e sem qualquer mácula do pecado.



Maria nos ensina a esperar em Deus. Toda a vida de Maria foi como uma seta apontando para Deus. No Magnificat, Maria humilha-se como ninguém diante do Deus Salvador, Aquele cujo Nome é Santo e Poderoso: "..quia respexit humilitatem ancilae suae" (Lc 1, 48). Segundo o Online Etymology Dictionaty, o termo latino humilitas,-atis vem de humilis,-is, que, por sua vez, vem dehumus,-i que, em português, significa terra. Desse modo, como ninguém, Maria viveu a humildade, pois entendeu e reconheceu em si mesma aquilo que é dito no Salmo CII,14: "porque Ele sabe de que é que somos feitos, e não se esquece de que somos pó ". Mas, Maria não só reconheceu sua total pobreza diante de Deus, ela também fez-se escrava Daquele que é Amor: "Ecce ancilla Domini, fiat mihi secundum verbum tuum", "Eis a escrava do Senhor, seja feito em mim segundo tua palavra" (Lc I, 38).

Assim, Maria nos ensina duas grandes lições espirituais: uma, que nós devemos reconhecer nossa fragilidade como seres humanos; outra que nós devemos nos confiar à vontade divina, reconhecendo  nossa completa dependência Dele.

Além disso, como cristãos, enfrentam todos os dias o desafio de viver a castidade, encontram em Maria o Perpétuo Socorro e a Sede da Sabedoria. Como Perpétuo Socorro, Maria está sempre de olhos atentos a nossa dor, indicando-nos Cristo e Sua Cruz como nossa verdadeira fonte de vida e salvação. Como Sede da Sabedoria, Maria aconselha-nos insistentemente aquilo que sempre foi, para ela, a única fonte da verdadeira felicidade: "Fazei  tudo o que Ele vos disser" (Jo II,5).

No meio de um mundo em que se divulga, cada vez mais, um discurso de permissividade e desregramento, lugar onde sofremos dolorosamente e, tantas vezes, sozinhos por causa de nossa opção por Cristo, Maria permanece junto de nós como a onipotência suplicante, como aquela que, intercedendo sem cessar por nós, sofre conosco, orando conosco, caminhando conosco e, principalmente, ensinando-nos a caminhar em meio ao sofrimento sem que isso signifique a nossa destruição, pois ela foi a mulher cuja dor comparou-se ao do coração transpassado por uma espada e que, não obstante, não blasfemou, que não desistiu e que não foi derrotada.

Que aprendamos da Bem-Aventurada, as virtudes que nos são necessárias para sermos melhores cristãos. Peçamos ao Bom Deus que Ele nos conceda a graça de, como Maria, permanecermos fiéis a Ele, dizendo um "sim" que nunca seja calado.

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós

terça-feira, 29 de março de 2011

E o que tenho feito por Ele???










O ENCANTO NOSSO DE CADA DIA!

                                                                                                                                                   Pe.  Fabio Melo


"Ainda bem que o tempo passa! Já imaginou o desespero que tomaria conta de nós se tivéssemos que suportar uma segunda feira eterna?
A beleza de cada dia só existe porque não é duradoura. Tudo o que é belo não pode ser aprisionado, porque aprisionar a beleza é uma forma de desintegrar a sua essência. Dizem que havia uma menina que se maravilhava todas as manhãs com a presença de um pássaro encantado. Ele pousava em sua janela e a presenteava com um canto que não durava mais que cinco minutos. A beleza era tão intensa que o canto a alimentava pelo resto do dia. Certa vez, ela resolveu armar uma armadilha para o pássaro encantado. Quando ele chegou, ela o capturou e o deixou preso na gaiola para que pudesse ouvir por mais tempo o seu canto.
O grande problema é que a gaiola o entristeceu, e triste, deixou de cantar.
Foi então que a menina descobriu que, o canto do pássaro só existia, porque ele era livre. O encanto estava justamente no fato de não o possuir. Livre, ele conseguia derramar na janela do quarto, a parcela de encanto que seria necessário, para que a menina pudesse suportar a vida. O encanto alivia a existência...Aprisionado, ela o possuia, mas não recebia dele o que ela considerava ser a sua maior riqueza: o canto!
Fico pensando que nem sempre sabemos recolher só encanto... Por vezes, insistimos em capturar o encantador, e então o matamos de tristeza.
Amar talvez seja isso: Ficar ao lado, mas sem possuir. Viver também.
Precisamos descobrir, que há um encanto nosso de cada dia que só poderá ser descoberto, à medida em que nos empenharmos em não reter a vida.
Viver é exercício de desprendimento. É aventura de deixar que o tempo leve o que é dele, e que fique só o necessário para continuarmos as novas descobertas.
Há uma beleza escondida nas passagens... Vida antiga que se desdobra em novidades. Coisas velhas que se revestem de frescor. Basta que retiremos os obstáculos da passagem. Deixar a vida seguir. Não há tristeza que mereça ser eterna. Nem felicidade. Talvez seja por isso que o verbo dividir nos ajude tanto no momento em que precisamos entender o sentimento da tristeza e da alegria. Eles só são suportáveis à medida em que os dividimos...
E enquanto dividimos, eles passam, assim como tudo precisa passar.
Não se prenda ao acontecimento que agora parece ser definitivo. O tempo está passando... Uma redenção está sendo nutrida nessa hora...
Abra os olhos. Há encantos escondidos por toda parte. Presta atenção. São miúdos, mas constantes. Olhe para a janela de sua vida e perceba o pássaro encantado na sua história. Escute o que ele canta, mas não caia na tentação de querê-lo o tempo todo só pra você. Ele só é encantado porque você não o possui.
E nisto consiste a beleza desse instante: o tempo está passando, mas o encanto que você pode recolher será o suficiente para esperar até amanhã, quando o passaro encantado, quando você menos imaginar, voltar a pousar na sua janela."